A reação do treinador ao triunfo sobre o Al Nassr, por 4-0, na zona de entrevistas rápidas da Sport TV.
Oito vitórias em oito jogos de pré-época: “Dou os parabéns ao FC Porto pela homenagem que fez ao Luís Castro, ao Alex Telles e ao Otávio. O Alex e o Otávio partilharam o balneário do Olival connosco, construímos grandes memórias no futebol e, sobretudo, no FC Porto. O Luís Castro é uma pessoa que me habituei a admirar, é um senhor do futebol, não só naquilo que é o conhecimento do jogo, como também dos princípios e normas nos quais me revejo. Ouvi-lo falar são masterclasses que ficamos deliciados de ouvir. Desejo uma excelente época para eles e que tudo corra pelo melhor.
“Em relação à pré-época, foi muito trabalho, a consolidar o que vinha de trás, a acrescentar uma ou outra ideia nova, mas é um processo que vai sendo construído, passo a passo. Ainda temos um longo caminho a percorrer, com a chegada dos internacionais, que vão perceber rapidamente dinâmicas e formas de estar. Agora, é tentar que todos fiquem imbuídos do mesmo espírito, de um vício permanente pela vitória, de nos de nos desafiarmos, de competimos com adversários e connosco, no balneário. Esse tem sido o desafio”.
Ideias diferentes: “Não podemos abrir muito o jogo, que tenho receio que o Rúben [Amorim] também esteja a ouvir… Ele terá feito a análise do jogo de hoje, também, e temos de estar atentos para não nos embriagarmos com o que tem acontecido. O Nico tem muita capacidade para chegar à frente, consegue ser um apoio fortíssimo para o nosso ponta-de-lança, tem essa capacidade, tem uma relação com o golo que estava um bocadinho desaparecida no passado recente, mas bastou despertar aquele gatilho que estava lá dentro. Conhecemos o Nico. A partir do momento em que entrasse o primeiro, as coisas iriam acontecer naturalmente. O duplo pivot a defender muitas vezes… Acredito muito em estruturas flexíveis, que não deem ao adversário total garantia do que vão encontrar no FC Porto. Tem sido o modelo adotado, não quer dizer que seja sempre assim. O que queremos, muitas vezes, é quase estrangular o espaço nas costas e que as linhas estejam compactas. Obviamente que é uma proposta corajosa, arrojada, que nos expõe do ponto de vista defensivo, e isso tem de ser afinado em detalhes.
“São questões que eles sabem que é critério para jogar ou não jogar, mas vamos ter de estar muito alerta. Perspetivamos já o jogo de sábado, sabemos o perfil do Sporting, o que nos pode fazer e como nos pode ferir. Não quer dizer que, no sábado, seja exatamente o mesmo que têm visto recentemente, chegam os internacionais, há nuances do passado com que me identifico completamente e há jogadores com um perfil diferente que podem transformar o nosso momento defensivo e ofensivo”.
Internacionais chegam mais tarde: “É uma preocupação, não só pelo timing, mas, ainda mais grave, pelas métricas com que vêm da seleção. Jogadores que vêm com 40 dias de trabalho em seleção e com um volume muito reduzido, mais 15 dias de ausência de trabalho no período transitório… Agora, é quase atalhar caminhos para que possam chegar ao nível dos colegas que têm trabalhado muitíssimo bem. Eles têm feito um esforço enorme, têm trabalhado muito bem, com sessões bidiárias, uma carga demasiado instalada no que pode ser o rendimento num futuro próximo. Estamos muito atentos a isso”.
Martim Fernandes à frente do “ouro da casa”: “Obviamente, uns estão num patamar de maturidade diferente dos outros, mas isso faz parte do ciclo natural e da vivência mais recente. O Martim teve a possibilidade de se juntar ao grupo numa fase importante da época, em que discutíamos o terceiro lugar e a final da Taça de Portugal, e ele deu-nos sempre respostas muito boas em treino. A forma como respondeu no primeiro jogo, em casa, contra o Sporting, é de alguém que já está claramente preparado para o desafio do futebol profissional a este nível de exigência. Os outros meninos têm de dar os seus passos. Os meninos têm muito talento, o que me preocupa é que percebam que o talento pode ajudar a ganhar jogos, mas o trabalho tem de andar de mãos dadas para construírem uma carreira. É isso que falamos diariamente com eles, para que percebam que não chega só ter talento, para relativizarem o elogio demasiado fácil que, por vezes, recebem, fruto do que os circunda, e que os pode levar para um caminho que não é o mais indicado. Queremos que se atirem de forma convicta ao que lhes lançamos. Esses passos estão a ser dados, eles têm-se integrado muito bem.
“O Mora tem um talento… Não gosto de antecipar futuros para ninguém, mas tem muito para ser, desde que perceba que o futebol é mais do que aquilo que Deus lhe deu, que é o talento inato. Quando perceber isso, vai, rapidamente, chegar a um patamar que desconfio que seja alto a nível europeu. Atenção, com os passos dados no sentido certo e alavancado com tudo o que têm de ser a ética de trabalho. Não é que ele não tenha. Tem, e sente-se preocupado em responder cada vez mais àquilo que lhe é exigido do ponto de vista tático, de entrega e de compromisso com a equipa. Enquanto o compromisso estiver lá, o talento está lá e tem tudo para correr bem. É importante que perceba isso”.
Preparação da Supertaça contra o Sporting: “Vai continuar a ser uma equipa forte, porque está muito bem liderado. Tem uma equipa técnica muito competente. Tudo o que tem feito não é obra do acaso, é sinónimo de muito trabalho e de muita qualidade no trabalho que tem feito. Perspetivamos uma época difícil, contra um adversário que vai exigir muito do que é o nosso melhor fato. Eles, durante a pré-época, também apresentaram algumas nuances a defender, com uma linha de quatro, de cinco, a construir às vezes com médios a baixar… Vê-se que estão bem trabalhadas. Da nossa parte, temos internacionais a chegar. Percebo que, muitas vezes, os adeptos possam ficar ávidos e sedentos de ver uma cara nova a chegar, há sempre essa curiosidade. Sinceramente, pelo que tenho visto, com chuva, com sol, com vento, sem vento… A capacidade de trabalho, a forma como todos os dias inundam o equipamento de suor, a melhor contratação de verão tem sido o treino. Têm sido fenomenais na forma como têm levado ao jogo tudo o que é trabalhado em treino, e isso deixa-me tranquilo, sabendo que todos os jogos passam por uma análise detalhada, e este não foge à regra. Temos de analisar o que aconteceu aqui, porque há coisas que vamos ter de ajustar”.
Diogo Costa, Pepê e Francisco Conceição podem sair: “É uma realidade com a qual teremos sempre de conviver. O nosso mercado é vendedor, temos essa necessidade e o presidente já tocou no assunto. O presidente e a administração vão fazer um esforço gigante, mas obviamente que quem chegar e bater cláusulas vai levar jogadores de grande qualidade”.
Calças ou calções: “Não é nada que esteja programado, mas isso não ganha jogos. São questões quase a roçar o mito. O que espera é que de calções ou calças, a bancada esteja cheia de gente do FC Porto. São fundamentais para nós, estão entranhados connosco. A grande força de um clube não pode residir apenas no palmarés, mas sim no adepto, cidade. Sabemos que se estiverem lá para nós, iremos à boleia deles. O que esperamos é que no sábado estejam em força e nos apoiem como sempre”.